domingo, 4 de abril de 2010

Os vermes agradecem

Vai. Carrega teu corpo sonolento.
Desperte a pressa atravessando aos saltos,
Não há tempo de sonhar, seja incauto.
Tua sorte é levada pelo vento.

Não pergunte a hora, o atraso é certo.
Ande devagar sem que deixe rastro,
As bandeiras morrem a meio mastro.
Olhe em volta, não há sonhos por perto.

Um mundo de quimera, doce enfado...
Queime tua vida em labor suado,
Mas arrasta teu corpo moribundo.

Arrasta sem choro, descontrolado;
E deixe como teu único legado
Uma covardia que implode o mundo.

Um comentário:

  1. Um perfeito soneto italiano... Uma espécie de barroco-real-parnasiano...rs... Brincadeiras de lado, não entendo tanto de literatura p/ tecer tais críticas. O que posso dizer é que pessoalmente, me agradou muito. Mais que isso, me fez refletir... E nesse sentido, creio que posso sem dúvida chamar de arte, a medida em que me "reconectou com o mundo", me fez pensar, questionar... Poderia dizer muito mais mas algo que acho importante, e isso à mim basta é... Confessei isso à pouquíssimas pessoas, penso mesmo de poucas e és uma delas... Orgulho-me do intelectual que és, querido. Sempre disse isso e a cada coisa que leio vinda de ti, repenso e reitero minha opinião. Você é um dos poucos, pouquíssimos à que eu chamaria de intelectual. Continue assim, escreva mais... A palavra liberta o homem, pela palavra nos tornamos homens! Como diria Álvaro de Campos... "Sursum corda!"

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